O IOT alerta para a associação cada vez mais frequente do impacto fêmoro-acetabular (IFA) – contato anormal da cabeça do fêmur (osso da coxa) com o acetábulo (osso da bacia) – com a osteoartrose de quadril. “ O IFA acontece em esportes de alta performance que envolvem muitas repetições, entre eles futebol, tênis, atletismo, lutas, e outros”, diz o ortopedista Henrique Gurgel.
O IFA, caso não tratado, pode ser uma importante causa de osteoartrose do quadril. Esta ocorre com a degeneração da cartilagem, e afeta cerca de 6% da população mundial, gerando dores incapacitantes que comprometem a qualidade de vida. “Quando a doença progride e não melhora com métodos conservadores, ela é tratada com a substituição da articulação por uma prótese”, explica o ortopedista.
Os pacientes com IFA queixam-se de dores profundas no quadril ou virilha, que pioram quando a pessoa permanece muito tempo sentada, ao levantar-se (sair do carro por exemplo), ou ao realizarem movimentos que envolvam flexão e rotação do quadril.
Segundo Gurgel, o tratamento de qualquer atleta com IFA deve ser inicialmente não cirúrgico, com medicações, fisioterapia com analgesia e fortalecimento muscular e, por vezes, reeducação no esporte, evitando os movimentos que forçam a articulação.
Caso a dor persista, torna-se necessária a intervenção cirúrgica, que pode ser feita através da artroscopia. “Com pequenas incisões e com o auxílio de uma câmera, tratamos todas as lesões existentes, retirando as possíveis saliências ósseas. Assim, o objetivo da cirurgia de artroscopia, além de tratar as lesões, é retirar o fator de risco, prevenindo novos problemas de cartilagem”. O objetivo final é, pois, tratar o IFA, de modo a evitar que este gere a osteoartrose.
Fonte: HC em Movimento